segunda-feira, 25 de abril de 2011

Mecanismos de defesas que se tornam armadilhas da alma humana

A luta faz parte da Lei da Sobrevivência e, para vencermos as dificuldades apresentadas pela vida, aprendemos a lutar e nos defender dos perigos. Mas como fazemos isso?

Quando criança, desenvolvemos um mecanismo de defesa e de auto-proteção do Eu para amenizar a dor emocional causada pela necessidade de reprimirmos sentimentos e pensamentos primitivos a fim de nos adaptarmos à realidade da nossa família. O mecanismo de defesa é uma forma de aceitação do não ser a fim de que um pouco do ser possa ser preservado para a criança continuar vivendo em sociedade.

Cada criança desenvolve o seu próprio mecanismo dependendo da experiência que tiver no seio familiar. Inclusive irmãos, mesmo passando por experiências parecidas, podem desenvolver mecanismos de defesa diferenciados em virtude da sua forma peculiar de ver o mundo e de sentir as pressões.

A repressão dos sentimentos e pensamentos dependendo da força aplicada pelos pais na sua educação produzirá defesas psicológicas totais ou parciais na criança para lidar com algumas adversidades da infância tais como: a dor, a frustração, a rejeição e a raiva.

O objetivo maior da defesa é criar uma barreira que afaste da consciência todas as situações potencialmente provocadoras de ansiedade e de impotência, restringindo a percepção somente às coisas suportáveis pelo Eu dentro de uma esfera segura. Embora haja um alívio da dor, o foco de tensão/ansiedade continua fazendo parte da psique provocando sensações desconfortáveis em determinadas situações que coloca em confronto o consciente com o inconsciente.

Algumas manifestações mais primitivas e originais entram em ação quando se vivencia uma situação onde nos sentimos fracos, vulneráveis e indefesos contra os nossos medos semelhantes aos que nos fizeram criar o mecanismo de defesa.

A situação de tensão pressiona o botão do subconsciente e o faz aprisionar a razão e abrir as comportas do medo que possui maior força do que a própria realidade, transformando aquilo isento de sentido em algo de grande e temeroso, ou seja, até um inofensivo mosquito vira um monstro a ser combatido com todo o poder de fogo existente. Há algo mais assustador do que o medo?

Conseqüentemente anos mais tarde, por mais que se altere a nossa realidade, por força do hábito nós continuamos enxergando o mundo pelas mesmas lentes infantis e insistindo com a defesa mesmo quando não há absolutamente nenhuma razão e/ou vantagem em nos defender.

Esse mecanismo de defesa infantil trava nossa mente, uma vez que nos impossibilita de fazer uso da função de pensar alcançado com a maturidade e de analisar o cenário e de manter sob controle os pensamentos, fazendo que tomemos atitudes do tempo de criança.

Cada um de nós é o que é possível ser em cada momento da nossa vida, ainda que sejamos menos do que podemos ser. Conhecer o nosso mecanismo de defesa e os pensamentos que se hospedam na nossa mente, sabendo diferenciá-los entre úteis e inúteis, são fatores importantíssimos para compreendermos as causas que nos levam a utilizarmos nossas armas de forma inapropriada e de mudar nossas posturas perante os desafios da vida.

De fato o mau-hábito é difícil de ser eliminado, mas é possível mudá-lo com a criação de novos hábitos. Somente dentro de nós é possível encontrar uma vontade inquebrantável para eliminar tudo que possa dificultar a superação dos nossos medos e evolução do nosso ser. Há necessidade de fazer uma reprogramação mental, iniciando por uma limpeza geral da mente, do recolhimento das armas e da destruição do botão que aciona o mecanismo de defesa das coisas imaginárias, bem como do redirecionamento do pensamento na direção do amor, do sucesso, da felicidade e da vida.

Nunca é tarde para começar. Comecemos hoje mesmo o nosso processo de transformação. Tenhamos atitudes que nos tragam os melhores benefícios dentro do contexto, dando valor ao que realmente for valioso e tornar irrelevantes as questões mínimas. Andando pelo caminho de vida com esta consciência certamente as melhores coisas acontecerão.

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